MANIFESTO DAS MULHERES DE ARMAS
No Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, manifestamo-nos em nome de todas as mulheres, exploradas, proletárias, imigrantes, não brancas, trans, com todas as orientações sexuais possíveis. Abraçamos a sororidade e a intersecionalidade que nos recorda que o machismo é irmão de todas as outras opressões.
Lutamos contra a discriminação das mulheres no mercado laboral e pela mudança radical das relações de produção, não esquecendo que feminismo e luta de classes andam a par e passo. Reivindicamos ainda a extensão dos direitos laborais a todas as trabalhadoras, nomeadamente no âmbito do trabalho sexual e do trabalho doméstico não pago.
Exigimos o fim de todas as formas de violência contra as mulheres: a invisibilização dos géneros não masculinos nos media, a perpetuação de humor machista, a subjugação económica, a normalização dos abusos psicológicos, a culpabilização das vítimas de abuso, o machismo institucional, a cultura de estupro, a violência doméstica, o feminicideo. Não toleramos nem mais uma vítima!
Lembramos que toda a mulher tem o direito inalienável de escolher se, quando e como se tornar mãe e ter acesso a educação sexual e planeamento familiar; a métodos seguros de interrupção voluntária da gravidez e a um parto livre de violência obstétrica.
Erguemo-nos contra o controlo social dos corpos femininos, disfarçado de padrão de beleza, de higiene ou de preocupação com a saúde. Contra um patriarcado que objectifica e explora o corpo feminino ao mesmo tempo que impõe códigos de conduta puritanos , exigimos liberdade! Liberdade contra todo o abuso sexual e liberdade para dispormos dos nossos corpos como quisermos.
Somos exploradas, controladas, inferiorizadas e invisibilizadas. E no entanto... somos fortes, livres e lindas, trazemos a luta na voz, as armas no corpo e a História nas mãos.
A Vítoria será nossa.
Mulheres de Armas, presentes na vanguarda da luta.